opinião

Feliz VOCÊ novo!



Então, 2018. A gente tem a ideia de que vai acordar e tudo estará diferente, só que não. Dormimos em 2017, acordamos em 2018 e nada. Não tem roupa branca, verde, amarela que dê jeito. Não tem amuleto que solucione os problemas que nós precisamos resolver. O jeito é a gente arregaçar as mangas mesmo.

Uma pesquisa publicada em setembro último dava conta de que, dos adolescentes brasileiros que têm acesso ao Ensino Médio, só a metade conclui os estudos em três anos. Se considerados cinco anos de estudo, com duas reprovações, a taxa sobe para 57%. Pouco mais da metade. Isso era uma pesquisa. Nos últimos dias do ano passado, tive a triste notícia de que era bem mais perto do que pensava. Meu sobrinho, com 16 anos, me conta que da sua turma, 50% tinha reprovado. Dos meninos, ele e outro colega apenas passaram de ano. Aí, vou à escola do meu filho numa reunião e fico sabendo que a taxa de reprovação dobrou em relação a 2016. E estou falando do ensino básico, da escola. Do que deveria ser prioridade para todos.

Não faltam estudos que apontam a educação como saída para a criminalidade, para a redução da violência. Em Santa Maria, temos o Centro de Atendimento Sócio-Educativo, o Case, ligado à Fase RS que tem hoje o dobro de adolescentes em conflito com a lei do que tem condições de abrigar. Vai lá ver o perfil dos meninos! Fingir que eles não existem, que estão trancados e está resolvido, não ajuda em nada. O número só aumenta.

O mesmo sobrinho que revela os dados da sua turma, foi assaltado em meados do ano que findou, levaram seu celular. Pasmem, ou não, no grupo que o atacou tinha uma criança de 10 anos, a maioria era menor de idade.

Mas está tudo bem! Passamos o ano de branco, pela paz! De amarelo, para ter mais dinheiro. E assim caminha a humanidade.

No último Fantástico do ano, percebo ainda um resquício de esperança. Pessoas que fazem diferença. Que alívio, ainda posso crer em dias melhores. Mas temos muito trabalho pela frente. As escolas precisam de investimento, a educação precisa ser prioridade. Os pais precisam se envolver na vida escolar dos filhos. Não sou uma grande estudiosa do assunto, longe disso, posso contar apenas com minha experiência levando ações culturais para as escolas e dando de cara com a dura realidade. Não preciso de pesquisas para entender os índices de violência da nossa aldeia.

O mundo não muda se as pessoas continuarem a pensar do mesmo jeito, a fazer da mesma forma, a pensar em seus umbigos apenas. Não tem outro jeito a não ser a união de todos por um mundo melhor, com atitude, com respeito, com tolerância. Tem que tirar a bunda da cadeira, sim, tem que sair do ar-condicionado, sim. A polícia não vai resolver sozinha o problema da violência, nós precisamos da escola, do ensino de qualidade. Não tem ano novo com velhos problemas. Enquanto prevalecer o individualismo, o favorecimento próprio, a lei do levar vantagem sempre e em tudo, não tem ano novo. E, você, o que vai fazer pela nossa aldeia em 2018?

Por um 2018 com mais atitude. Simples assim.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Jejum Anterior

Jejum

Convém conversar II Próximo

Convém conversar II

Colunistas do Impresso